Amelogénese Imperfeita

Hoje falamos sobre Amelogénese Imperfeita
A amelogénese imperfeita é uma doença genética e hereditária que afeta o tecido mais duro dos nossos dentes, o esmalte dentário. Por isso, os pacientes com esta doença verão afetadas a dentição decídua, ou seja, os dentes de leite e a dentição permanente.
Esta doença pode aparecer isolada, isto é, sem qualquer outro tipo de doença sistémica associada e em conjunto com síndromes com repercussões renais, por exemplo.
Nesta doença com graves repercussões dentárias podemos visualizar muitas vezes:
- Dentes de tamanho mais pequeno;
- Com manchas castanhas-amareladas;
- Afastamentos/espaços entre os dentes (diastemas);
- Por vezes a gengiva também se encontra aumentada.
Muitas vezes confundimos amelogénese imperfeita com outros problemas dentários ou défices vitaminais:
- Níveis reduzidos de vitamina D (geralmente conseguimos visualizar riscas horizontais contínuas esbranquiçadas e amareladas em múltiplos dentes);
- Hipomineralização incisivo-molar (pode consultar este tema aqui: Manchas brancas/castanhas nos incisivos e molares? –
- Fluorose dentária, por vezes torna-se complicado distinguir devido à presença de manchas castanhas, no entanto se pesquisarmos bem acerca da história clínica do paciente e restante família, hábitos de consumo excessivo de flúor, conseguimos perceber de que lesões se tratam.
Por norma, e ainda que não haja evidência suficiente, muitos destes pacientes costumam apresentar mordidas abertas (quando os dentes não encaixam). Pensa-se que esta pode ser explicada pela presença da sensibilidade dentária dolorosa que possuem, levando a que estes pacientes interponham a língua entre os dentes, como formas de “proteger a dentição”.
Além disso, muitas vezes os pacientes evitam a escovagem dentária por frequentemente sofrerem de sensibilidade dentária. Por essa razão é bastante frequente a presença de tártaro.
Podemos visualizar também na boca destes pacientes:
- Reabsorções dentárias;
- Fraturas de dentes logo após a sua erupção;
- Atrasos na erupção dos dentes;
- Pigmentações extrínsecas.
Existem vários tipos de amelogénese imperfeita, no entanto apesar disso, na prática os dentes podem comportar-se da seguinte maneira:
- Tamanho e forma normal, no entanto, o esmalte dentário é mais poroso e menos mineralizado comparativamente aos dentes saudáveis;
- Esmalte mais fino ou até mesmo inexistente, e com fissuras ou sulcos, e geralmente os dentes também possuem menor tamanho e com morfologia alterada, mas em termos de qualidade de esmalte, é igual comparativamente aos dentes saudáveis.
E agora, como tratar?
Atualmente existem múltiplos tratamentos disponíveis em âmbito de consultório dentário, formas de prevenir a progressão da amelogénese imperfeita, evitando situações clínicas mais críticas para a saúde oral do paciente… Estas opções de prevenção e tratamento dependem da idade do paciente e obviamente do seu grau de colaboração nas consultas.
Podemos enumerar algumas:
- Aplicação de verniz fluoretado;
- Aplicação de selantes de fissuras;
- Coroas metálicas em dentes posteriores para evitar a perda do espaço e a diminuição da “altura de oclusão”;
- Pastas dentífricas com maior concentração de flúor, dependendo das idades;
- Restaurações a resina composta;
- Procedimentos como branqueamento dentário e/ou microabrasão.